O retorno à atividade sexual após um Enfarte de Miocárdio (EAM), apesar da importância clínica e social, é ainda um tema pouco abordado pelos doentes em consultas de rotina.
A disfunção erétil, aliada a dúvidas sobre a segurança no retorno à atividade sexual após um evento cardiovascular, conduzem a elevada incidência de distúrbios sexuais após o EAM (ocorre em 24% a 89% dos casos).
Cuidados a ter
É sabido que a presença de alterações hemodinâmicas, o aumento da frequência cardíaca e a elevação da pressão arterial durante a relação sexual podem servir de gatilho para outro evento cardíaco. No entanto, o risco de um novo Enfarte de Miocárdio (EAM) depende da extensão do EAM anterior e do comprometimento da função das cavidades do coração.
A atividade sexual pode constituir um risco significativo nos pacientes de alto risco cardiovascular, ou seja, aqueles que após a ocorrência de um EAM recente (< duas semanas), apresentem a presença de:
- dor torácica
- hipertensão arterial sistémica não controlada
- dificuldade respiratória
- edemas dos membros inferiores
- arritmias
- doença das válvulas cardíacas.
Nestes casos, a atividade sexual deve ser protelada até estabilização da condição cardíaca, e recomenda-se reiniciar aos poucos, em posições mais passivas, que exijam menos esforço.
A partir do momento que o paciente estiver autorizado pelo seu médico para realizar atividades físicas moderadas estará automaticamente autorizado para a atividade sexual.
O EAM não causa diretamente sequelas sexuais, mas os mesmos fatores que predispõem ao enfarto como a hipertensão arterial, diabetes mellitus, colesterol alto, obesidade e tabagismo, também predispõem à disfunção erétil, comprometendo a vida sexual.
De notar ainda que alguns medicamentos usados no tratamento da hipertensão arterial e das doenças cardíacas também podem prejudicar os mecanismos de ereção e lubrificação vaginal.
App Médis: o seu Serviço Pessoal de Saúde sempre consigo.