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Diz que disse da saúde: Entender a hiperatividade

Atualizado a 07 outubro 2020

É normal as crianças serem agitadas e distraídas em certas ocasiões. Estão simplesmente a ser crianças. Mas quando estes comportamentos afetam de forma significativa a sua vida escolar e social podemos estar perante a Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA). Há muitas dúvidas sobre este problema e é fundamental esclarecer os mitos.

A PHDA é uma dificuldade ao nível cognitivo.
Falso. A PHDA é uma alteração neurobiológica que provoca alterações ao nível da aprendizagem e do comportamento, como desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade. É sobretudo uma dificuldade comportamental e não de nível cognitivo. Está relacionada com o autocontrolo, ou seja, não interfere com a capacidade para aprender mas sim com a disponibilidade para tal.

A PHDA é uma “doença da moda” que não existia no passado.
Falso. Há quem considere que esta é uma doença dos tempos modernos mas existem relatos médicos de pessoas com graus anormais de desatenção, distração e hiperatividade que datam do final do século XVIII. Fazem parte de dois dos primeiros livros sobre perturbações mentais, publicados por Melchior Adam Weikard e Alexander Crichton. A PHDA só viria, contudo, a ser reconhecida pela Associação Americana de Psiquiatria na segunda edição do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, em 1968.

A PHDA impossibilita a criança de ter uma vida normal.
Falso. Efetuado o diagnóstico adequado do problema, é possível iniciar-se o tratamento que pode incluir estratégias farmacológicas (medicamentos estimulantes e não estimulantes), não farmacológicas (intervenção psicoterapêutica e psicossocial) ou uma combinação de ambas. A intervenção correta aumenta a probabilidade de o doente desenvolver estratégias e adaptar os seus comportamentos para ultrapassar as dificuldades e prosseguir o seu percurso com autonomia.

O diagnóstico de PHDA é difícil.
Chegar a um diagnóstico de PHDA é um processo complexo, uma vez que não assenta em análises laboratoriais ou exames. O diagnóstico baseia-se na listagem de comportamentos e aptidões que os pais e os professores transmitem, bem como na avaliação de testes psicológicos em que o desempenho da criança é comparado com um resultado médio da população. São necessários cuidados redobrados nesta avaliação, devido à fasquia que a família e a escola colocam na criança, que pode ser mais elevada e aumentar a probabilidade de diagnóstico de PHDA.

A PHDA é uma perturbação crónica.
Esta é uma perturbação que evolui ao longo da vida, verificando-se incidências diferentes dos três sintomas principais (desatenção, hiperatividade e impulsividade) na infância, adolescência e idade adulta. Não é um problema que o tempo se encarrega de fazer desaparecer, embora o cérebro se encarregue de arranjar maneira de a circunscrever esta dificuldade.

A PHDA surge na infância.
A PHDA é habitualmente diagnosticada em idade escolar, com maior incidência no sexo masculino. No entanto, alguns sinais poderão ser verificados mais cedo, por volta dos 4-5 anos. Na sua origem podem estar fatores genéticos ou ambientais (contexto escolar ou familiar).

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