Parar de comer carne: faça-o de forma informada e saudável

Atualizado a 24 julho 2019

Nos últimos tempos, o hábito de comer carne tem sido abandonado por muitas pessoas. Muitas optam por se tornarem vegetarianas ou veganas. Outras, simplesmente reduzem o seu consumo, ou deixam mesmo de comer carne.

As razões por trás destas opções vão desde a saúde e o bem-estar até convicções ambientais. Identifica-se com algum destes grupos? Saiba, então, o que deve ter em conta no seu regime alimentar sem carne.

A carne na saúde

A carne é, segundo um estudo publicado na Science, uma boa fonte de energia e de vários nutrientes essenciais, como a proteína e micronutrientes, nomeadamente ferro, zinco e vitamina B12. O problema pode surgir quando ela é processada (como no caso das salsichas, fiambre, presunto ou bacon).

O mesmo estudo cita dados da Agência Internacional para a Pesquisa em Cancro (AIPC), que atribui a responsabilidade de 34 mil mortes por ano no mundo a dietas com um elevado consumo de carne processada. O mesmo organismo adianta ainda que, se alguns indicadores forem confirmados, os regimes alimentares ricos em carne vermelha podem subir o valor até às 50 mil. Mais ainda, o consumo de carne processada nos países do ocidente conduziu a um aumento de 9% do risco de cancro colorretal.

Maior proteção de doenças cardiovasculares
Num estudo do Lerner Research Institute, tentou-se perceber porque é que uma dieta rica em carne vermelha tinha impacto no risco de doenças cardíacas, como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC). Percebeu-se que não era apenas devido às gorduras e ao colesterol: as bactérias intestinais produzem um composto chamado N-óxido de Trimetilamina (TMAO) quando estão a digerir colina, lecitina e canitina (substâncias em abundância em produtos de origem animal). Quando há altos níveis de TMAO a circular no corpo, existe uma elevada probabilidade de futuros ataques cardíacos e derrames.

Os músculos podem precisar de mais tempo para recuperar
A proteína é essencial para a construção muscular, assim como para a manutenção e recuperação pós-treino. A fonte deste nutriente pode ser tanto animal como vegetal, contudo, a última pode demorar mais tempo a conseguir atingir o objetivo. O melhor é, caso opte por deixar de consumir proteína animal, consumir a vegetal em forma líquida.

Os níveis de colesterol diminuem
Se por um lado os nossos genes podem determinar os níveis de colesterol, também é verdade que a prática de exercício físico e o tipo de alimentação também os afetam. Numa meta-análises, concluiu-se que os níveis de colesterol total eram mais baixos em quem tinha uma alimentação vegetariana quando comparado com quem tinha uma alimentação omnívora.

O pH do organismo fica mais equilibrado
Para que sejamos saudáveis, é importante ter um pH equilibrado. Porém, a alimentação de hoje contém várias substâncias que criam ácido, como é o caso da carne vermelha, do café, da farinha ou dos refrigerantes. Ao consumi-los, o nosso organismo torna-se mais ácido, o que cria um ambiente mais favorável ao aparecimento de doenças.

DICA

Se a maior parte dos nutrientes são facilmente substituídos numa dieta sem carne, existem outros, como o ferro, que podem ser mais difíceis de encontrar. Aconselhe-se com o seu médico sobre as alternativas, incluindo a possibilidade de vir a tomar algum suplemento.

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