Os perigos do açúcar

Atualizado a 11 janeiro 2019

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo diário de açúcar adicionado aos alimentos não deve ultrapassar as seis colheres de chá. No entanto, por regra, esse consumo é normalmente superior, ultrapassando os valores recomendados.

Em Portugal, e de acordo com a OMS, as crianças portuguesas têm um consumo diário de açúcar equivalente a 25% da energia ingerida, ou seja, cinco vezes superior ao recomendado. Esse comportamento eleva a probabilidade de desenvolver problemas cardiovasculares e aumenta a prevalência de cenários de obesidade. A solução passa por uma mudança de comportamentos, uma ingestão responsável do consumo de açúcar e pelo conhecimento de alternativas saudáveis a esta tentação adocicada.

UMA AMEAÇA ESCONDIDA

Dos refrigerantes às sobremesas, dos sumos aos cereais, do pão às bolachas, das sobremesas lácteas aos iogurtes de fruta. O açúcar esconde-se em muitos alimentos e o excesso do seu consumo é prejudicial para a saúde. E quanto maiores forem as doses de glicose e frutose – dois hidratos de carbono simples de rápida absorção e elementos presentes na constituição do açúcar – a entrar em contacto com a corrente sanguínea, maior o impacto a nível metabólico.

Isto porque, em contacto com o fígado, o açúcar é transformado em gordura e pode dar origem a problemas de saúde como o síndrome metabólico, que engloba a obesidade, hipertensão arterial, hiperglicemia e alterações dos níveis do colesterol.

Pele
Quando associado a proteínas na corrente sanguínea, o açúcar cria moléculas nocivas, denominadas AGE, que resultam da glicação, um mecanismo fisiológico, lento e irreversível, que afeta o colagénio e elastina da pele. Sem esse efeito protetor, a pele ganha rugas e envelhece mais rapidamente.

Coração
Ao ingerir açúcar, a insulina extra que invade a corrente sanguínea pode afetar as artérias, parte do sistema circulatório. Isso vai fazer com que suas paredes cresçam mais rápido do que o normal e sem a devida elasticidade, aumentando o esforço que o coração tem que realizar para bombear o sangue para vasos mais pequenos. Esse crescimento de stress pode ser um fator de risco para doenças a nível cardiovasculare para o aumento da pressão arterial.

Pâncreas
Sempre que ingerimos qualquer tipo de alimento, o pâncreas produz insulina. A insulina facilita a entrada do açúcar que está em circulação para dentro das células que o vão utilizar na produção de energia para o seu funcionamento. Quando o organismo é invadido por quantidades muito elevadas de açúcar, o pâncreas é obrigado a produzir uma quantidade ainda mais elevada dessa hormona.

Este fenómeno provoca um descontrolo dessa dinâmica, levando ao aumento do açúcar no sangue o que pode ser um gatilho para doenças cardíacas ou a diabetes tipo 2.

Rins
Estes órgãos desempenham um papel importante na filtragem do açúcar no sangue. Quando os níveis de açúcar no sangue atingem uma determinada quantidade, os rins começam a libertar excesso de açúcar através da urina. No caso da presença de níveis elevados de açúcar no organismo, os rins deixam de fazer essa filtragem com tanta eficácia, podendo implicar uma situação de alteração da função do próprio rim.

Obesidade
O consumo de açúcar provoca uma relação de causa/efeito: quanto mais se consume, mais peso ganhamos. Um dos principais causadores desta dinâmica é a ingestão elevada de refrigerantes, um fator de risco acrescido para a diabetes tipo 2.

Disfunção eréctil
Um dos efeitos colaterais do excesso de consumo de açúcar é a impotência sexual no homem. Tal acontece pela presença de níveis elevados de açúcar no sistema circulatório, que vai afetar o fluxo sanguíneo e o processo necessário para conseguir ter ou manter uma ereção.

Alteração do humor
A ingestão de doces, como por exemplo bolos ou refrigerantes, provoca um aumento de glicémia pós prandial que está associada a queda dos níveis de energia e estados de ansiedade. Em casos mais extremos, este comportamento pode representar um risco acrescido de depressão.

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