Para muitos, as gorduras são as culpadas pelos quilos a mais e as primeiras a serem excluídas da alimentação. Mas não serão também aliadas para uma dieta equilibrada? Esclarecemos os mitos em torno das gorduras.
As gorduras são todas iguais.
Falso. Existem “gorduras boas” e “gorduras más”. As chamadas “gorduras boas” são as insaturadas. São, na sua maioria, as gorduras de origem vegetal (como azeite, óleo de girassol, nozes, sementes ou abacate) e contribuem para a manutenção dos níveis normais de colesterol no sangue e, consequentemente, para a saúde do coração. Por outro lado, o consumo excessivo de “gorduras más”, isto é, saturadas, está associado ao aumento do risco de doenças dos aparelhos circulatório e cardíaco, aumento do colesterol, entre outros problemas. Manteiga, queijos gordos, produtos de salsicharia e charcutaria, banha de porco, óleo de palma e óleo de coco são alguns dos alimentos ricos nestas gorduras.
Deve evitar-se o consumo de leite porque contém gordura.
Falso. É verdade que o leite contém gordura, variando o seu teor consoante o tipo, mas também é um alimento de elevado valor nutricional e apresenta quantidades substanciais de vitaminas e minerais, como vitamina B12, vitamina D, potássio, proteínas, cálcio e fósforo. Ao contrário do que se possa pensar, o leite não aumenta o risco cardiovascular, podendo, na verdade, até proteger o coração se consumido de uma forma equilibrada.
O ovo é prejudicial para o colesterol.
Falso. O colesterol presente no ovo tem um impacto reduzido no colesterol sanguíneo. Este é, aliás, um alimento muito rico do ponto de vista nutricional, uma vez que é fonte de vitaminas e minerais fundamentais para o funcionamento adequado de diversos processos celulares no organismo.
Não se deve reutilizar a gordura alimentar.
Mesmo o mais saudável dos óleos, como o azeite, torna-se perigoso na reutilização. Quando os óleos são submetidos a temperaturas muito altas (180ºC a 250ºC) sofrem reações que vão alterar a sua composição, perdendo a qualidade inicial. Ou seja, a gordura transforma-se em trans – os ácidos gordos trans estão associados a uma maior incidência de doenças cardíacas e vasculares – e em outras substâncias nocivas para o organismo.
Snacks com baixo de teor de gordura não são saudáveis.
Os chamados snacks saudáveis, como granola, bolachas e barras de cereais integrais, light, com redução de gordura, alto teor de fibra, etc., não são assim tão saudáveis. Por norma, têm um elevado teor de açúcar e outros ingredientes prejudiciais. Estes podem levar a fome excessiva, ganho de peso e doenças. A granola, por exemplo, esconde elevadas quantidades de açúcares e óleos hidrogenados. As barras de cereais com baixo teor de gordura, na realidade, para além de demasiado açúcar, contêm muito poucas proteína e fibras.
A manteiga é geralmente menos prejudicial do que a margarina.
A manteiga é uma gordura animal saturada e o seu consumo excessivo pode aumentar o colesterol sanguíneo, em particular o colesterol "mau". A margarina, conhecida também como creme para barrar, é de origem vegetal e por isso contém "gorduras" boas, mas é um produto mais processado industrialmente, podendo em algumas opções no mercado conter ácidos gordos trans. É por isso importante ler os rótulos e deve-se escolher a opção menos processada e sem gorduras trans. As recomendações diárias de gorduras são de apenas uma a três porções, sendo que uma porção corresponde a uma colher de sobremesa de manteiga/margarina (5g).
Fontes utilizadas:
Direção-Geral da Saúde | Direção-Geral da Saúde | Direção-Geral da Saúde | Direção-Geral da Saúde | Direção-Geral da Saúde | Healthline
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