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Todos os cuidados são poucos para prevenir os cancros de pele
O cancro de pele continua a aumentar em Portugal, apesar das campanhas de prevenção e do maior esclarecimento da população sobre os riscos a evitar. Dados recentes indicam que dois dos cancros mais frequentes, o basiloma (ou carcinoma basocelular) e o carcinoma espinocelular estão a aumentar 5 a 6% anualmente, refere o médico dermatologista João Maia Silva, presidente da Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo. Também a incidência do melanoma, o tipo de cancro de pele mais perigosos, tem aumentado de forma significativa nas últimas quatro décadas.
“Todos os anos são diagnosticados cerca de 12 mil novos casos de cancro da pele, em Portugal", segundo a associação.
Contudo, um estudo recente citado por João Maia Silva, mostra que “as pessoas têm mais informação sobre como devem proceder, mas muitas vezes não a colocam em prática”. O que se observa é que “não incorporam a globalidade do comportamento” , diz. Como exemplo, refere a falta de medidas de proteção durante o desempenho de atividades profissionais como na agricultura, em que um inquérito revelou que metade dos agricultores entrevistados referiu que colocava protetor solar na praia, mas não para trabalhar quotidianamente ao ar livre.
O mesmo comportamento se observa com vários outros profissionais que trabalham ao ar livre sem se protegerem, como os desportistas que participam frequentemente em competições organizadas sem ter em conta o horário de exposição solar. O médico João Maia Silva nota também que muitas pessoas acreditam que colocar protetor solar é a garantia de segurança para aumentarem o tempo de exposição ao sol, sujeitando-se a “escaldões”, o que não é de todo aconselhável, devendo existir o cuidado de procurar sempre uma sombra, para evitar as queimaduras solares.
A importância de procurar o médico, sempre que surja um sinal suspeito ou com alterações é referida por este médico dermatologista que lembra a palavra “mágica” do diagnóstico do cancro de pele: o diagnóstico precoce.” Para que as pessoas não desvalorizem e não apareçam tarde na consulta. “Muitas vezes, pode fazer a diferença entre a vida e a morte”, sublinha o presidente da Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo.
Como em anos anteriores, maio é o mês em que se assinala o Dia do Melanoma em todos os países da Europa. Em Portugal, esta data foi destacada esta quarta-feira (19 de maio) com a mensagem principal de que a esmagadora maioria das mortes por cancros de pele (90%) poderiam ser evitados.
Com o fim do confinamento e o regresso dos dias de praia e de calor, todos os cuidados são poucos para prevenir os cancros de pele.
Tenho Cancro. E depois? é um projeto editorial da SIC Notícias com o apoio da Médis.
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