"Os pacientes sentem-se agora perdidos com o confinamento"
Também em Portugal, o medo de os doentes oncológicos saírem de casa devido à COVID-19, tem-se traduzido num acentuado decréscimo de deslocações aos hospitais e, consequentemente, a atrasos nos tratamentos, suspensão de consultas e interrupção de rastreios, bem como a uma quebra no número de novos diagnósticos de cancro, situações que têm alarmado os oncologistas.
O CEO da Macmillan Cancer Support nota que, para muitas pessoas, é “aterrorizante” ser diagnosticado com cancro nesta altura de pandemia. "Os pacientes sentem-se agora perdidos com o confinamento", afirma, acrescentando que esses doentes “dão por eles a lidar com duas doenças possivelmente mortais e com a incerteza do tratamento, das restrições e isolados dos seus familiares.”
Segundo o referido estudo, 9% das pessoas que sofrem de doenças oncológicas tiveram ataques de pânico ou de ansiedade e cerca de 90 mil referiram que não se sentem seguras fora de casa, até que exista uma vacina ou um tratamento eficaz.
Por outro lado, uma em cada sete pessoas que fez parte do mesmo estudo diz ter notado um declínio na sua saúde, durante o período de confinamento.
Em Portugal, médicos, associações de doentes e até a ministra da Saúde, Marta Temido, têm apelado à população e, especificamente aos doentes oncológicos, para não terem medo de se dirigirem aos hospitais, sempre que necessário.
A propósito de um surto recente de COVID-19 no IPO de Lisboa, os médicos sublinharam, em conferência de imprensa, a importância de os doentes não faltarem às consultas e aos tratamentos, sob pena de comprometerem a sua recuperação, lembrando que existem circuitos de acesso ao hospital, de forma a garantir, tanto a segurança dos doentes, como dos profissionais que lá trabalham.
Tenho Cancro. E depois? é um projeto editorial da SIC Notícias com o apoio da Médis.
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