Entrevista com a Dr.ª Leonor Ribeiro sobre a ligação entre a menopausa e a oncologia, e como a menopausa pode influenciar o risco oncológico nas mulheres.
Neste artigo, abordamos a relação entre a menopausa e a oncologia numa conversa exclusiva com a Dra. Leonor Ribeiro, especialista em Oncologia, onde exploramos como a menopausa pode influenciar o risco oncológico e de que forma os tratamentos para o cancro podem impactar esta fase da vida da mulher.
2. De que forma a menopausa pode impactar a saúde oncológica?
Penso que em primeiro lugar a menopausa pode impactar o bem-estar de qualquer mulher, tenha tido ou não, um diagnóstico de doença oncológica. Na realidade, a conotação negativa que o estado da menopausa é associado à vida das mulheres deriva da associação que é feita a toda uma alteração que ocorre no organismo e o torna mais vulnerável a vários tipos de doenças, para além dos próprios sintomas desagradáveis que ocorrem, sobretudo na fase de transição, na fase chamada peri-menopausa. Uma abordagem clínica da situação poderá ajudar a mulher a passar por esta fase normal da sua vida e ajustar de forma a não impactar na sua qualidade de vida, esteja ou não a passar por um processo de doença oncológica. Os tratamentos neste caso, também eles podem induzir um estado sobreponível à menopausa, embora frequentemente não definitivo, mas igualmente incómodo para a mulher.
4. No âmbito da Oncologia, existem sintomas a que devemos dar mais atenção nesta fase? Se sim, quais e porquê?
Penso que em primeiro lugar a menopausa pode impactar o bem-estar de qualquer mulher, tenha tido ou não, um diagnóstico de doença oncológica. Na realidade, a conotação negativa que o estado da menopausa é associado à vida das mulheres deriva da associação que é feita a toda uma alteração que ocorre no organismo e o torna mais vulnerável a vários tipos de doenças, para além dos próprios sintomas desagradáveis que ocorrem, sobretudo na fase de transição, na fase chamada peri-menopausa. Uma abordagem clínica da situação poderá ajudar a mulher a passar por esta fase normal da sua vida e ajustar de forma a não impactar na sua qualidade de vida, esteja ou não a passar por um processo de doença oncológica. Os tratamentos neste caso, também eles podem induzir um estado sobreponível à menopausa, embora frequentemente não definitivo, mas igualmente incómodo para a mulher.
6. Existem cuidados especiais a ter para a saúde oncológica antes, durante e depois da menopausa.
A terapêutica de substituição hormonal, (TSH), usada para tratamento dos sintomas associadas à menopausa tem vindo a ser implicada como fator de risco para o desenvolvimento de cancro da mama.3 No entanto, o assunto é algo mais complexo e o risco deverá ter em conta o tipo de terapêutica de substituição e por quanto tempo seguido vai ser o seu uso4,5. A discussão do risco/benefício deverá ser em contexto de consulta de Ginecologia ou de Oncologia.
O uso de terapêutica de substituição hormonal em casos de mulheres em tratamento com hormonoterapia de prevenção para tumores da mama hormonosensíveis cria um conflito entre este tratamento e o uso de TSH. Ou seja, a hormonoterapia não é tratamento com hormonas, como por vezes é pensado, esta terapêutica na realidade inibe a síntese de estrogénio ou impede a ligação do estrogénio aos seus recetores na célula. Ora, dando TSH esta irá ter o efeito contrário no organismo da mulher.
Bibliografia:
1. Brinton RD, Wang Y, Mishra A. Transitions in metabolic and immune systems from pre-menopause to post-menopause: Implications for age-associated neurodegenerative diseases. F1000Research. 2020;9.
2. Tariq B, Phillips S, Biswakarma R, Talaulikar V, Harper JC. Women’s knowledge and attitudes to the menopause: a comparison of women over 40 who were in the perimenopause, post menopause and those not in the peri or post menopause. BMC Womens Health. 2023;23(1):1–16.
3. Nam JH, Jang SI, Park HS, Kim JH, Lee JK, Lim YJ, et al. The effect of menopausal hormone therapy on gastrointestinal cancer risk and mortality in South Korea: a population-based cohort study. BMC Gastroenterol [Internet]. 2021;21(1):1–12. Available from: https://doi.org/10.1186/s12876-021-02021-y
4. Santen RJ, Heitjan DF, Gompel A, Lumsden MA, Pinkerton JA V., Davis SR, et al. Underlying breast cancer risk and menopausal hormone therapy. J Clin Endocrinol Metab. 2020;105(6).
5. Cancer P, Consortium C. the Breast and Prostate Cancer Cohort Consortium. 2018;155(3):531–40.
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