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Memória de uma mãe extremosa

Atualizado a 15 maio 2019

É preciso estar atento e informado. Fazer exames periódicos.

Ela nunca tinha entrado numa sala de tratamento de quimioterapia mas, afinal, era muito mais simples do que imaginara.

As pessoas estavam sentadas em confortáveis cadeirões de napa preta com um dos braços ligados a um balão igual aos balões de soro por onde pingava um líquido espesso.

A claridade entrava por uma janela onde se encostavam os ramos verdes de uma frondosa árvore. E os enfermeiros circulavam, numa azáfama, transportando tabuleiros de medicamentos, ajustando pensos, substituindo os balões vazios.

Havia pessoas de várias idades, algumas sem cabelo e sem sobrancelhas. Umas conversavam, outras liam, outras simplesmente dormiam ou descansavam de olhos fechados. No meio deles, lá estava a sua mãe. Sorriu, resignada e aliviada, quando viu a filha.

Era o primeiro dia da quimioterapia e tudo era novidade para ela. Para ela e para a filha, sempre a seu lado desde que adoecera e muito antes de receber o diagnóstico de um cancro no ovário.

Nunca lhes tinha passado pela cabeça que os enjoos frequentes, a barriga inchada, as picadas e as dores que foram aumentando com o tempo fossem os sintomas de um tumor maligno.

Talvez vesícula, qualquer intolerância alimentar, mas cancro no ovário?! Muito longe dessa ideia. Ela tinha 74 anos, estava fora de todos os grupos de risco, fazia uma alimentação equilibrada, não fumava, caminhava bastante e sempre fora saudável. Mas como o mal-estar não passava, resolveu que era melhor fazer as ecografias que a médica já há muitos meses prescrevera.

O tumor evidenciou-se, exuberante, no ecrã- "Tem de ir o mais rapidamente à sua médica", aconselhou-lhe a clínica.

Foi operada. No fim da cirurgia, a médica trouxe a certeza aos filhos que aguardavam, ainda antes da amostra seguir para o laboratório. "É muito maligno".

Não foi fácil. Tiveram de faltar muitas vezes. De tentar trabalhar com o mesmo ritmo, depois de noites de insónia. Tiveram de brincar com os filhos, como se tudo estivesse bem.

Da desolação e das lágrimas foi preciso ganhar força e coragem para acompanhar a mãe mas, sobretudo, para fingir. Fingir a tranquilidade que nenhum deles sentia, disfarçar a angústia, o medo e a tristeza, todos os dias, já que de repente tinham todos percebido que a teriam pouco tempo junto deles.

Foi início de um período de três anos de internamentos e de prolongados tratamentos. Tiveram de se revezar para cuidar dela, ao mesmo tempo que cuidavam dos filhos pequenos e faziam os possíveis para manter a estabilidade no trabalho. Não foi fácil. Tiveram de faltar muitas vezes. De tentar trabalhar com o mesmo ritmo, depois de noites de insonia. Tiveram de brincar com os filhos, como se tudo estivesse bem.

O acompanhamento e dedicação de médicos e enfermeiros revelaram-se essenciais para os ajudar a aceitar a realidade.

Foi doloroso assistir ao sofrimento e degradação da sua mãe, responder às suas perguntas ansiosas, conseguir transmitir-lhe esperança. Mas o acompanhamento e dedicação de médicos e enfermeiros revelaram-se essenciais para os ajudar a aceitar a realidade da morte próxima.

E um dia, ela chegou, como já todos esperavam. E com a sua morte, todos os seus filhos e netos morreram também um pouco. Mas aprende-se sempre com as experiências que se vivem. Mesmo com as mais terríveis.

Hoje, todos os seus filhos têm uma certeza. É preciso estar atento e informado. Fazer exames periódicos. E não esperar tanto tempo antes de procurar o médico, quando o nosso corpo nos avisa de que algo não vai bem.

Os anos passaram e a memória do afeto da mãe e avó extremosa continua a acompanhá-los ao longo do tempo, faz também parte da sua vida.

Tenho Cancro. E depois? é um projeto editorial da SIC Notícias com o apoio da Médis.

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