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O cancro do ovário é a neoplasia do aparelho genital feminino que apresenta maior taxa de mortalidade. Atingindo mulheres na menopausa (sobretudo após os 55 anos), apresenta uma taxa de mortalidade de cerca de 70%, de acordo com um estudo da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).
Em Portugal, são diagnosticados todos os anos mais de 600 novos casos de cancro do ovário e os números globais revelam que 60% de todos os casos são diagnosticados num estádio avançado.
Fatores de risco
As causas do cancro do ovário ainda não são conhecidas. Existem, contudo, fatores de risco que se encontram associados à doença e que merecem especial atenção. Nomeadamente:
- Antecedentes familiares de cancro do ovário: O risco aumenta em função do número de familiares de primeiro ou segundo grau afetados (mãe, irmãs) sobretudo se em idade precoce.
- Mulheres com antecedentes de cancro da mama, útero ou colorretal.
- Mutações genéticas herdadas: Podem encontrar-se mutações genéticas entre 5% a 10% dos casos de cancro do ovário. As mulheres que apresentam mutação dos genes BRCA1 e BRCA2, com um elevado risco genético comprovado, podem ser aconselhadas a realizar cirurgia profilática para remoção dos ovários.
- Mais de 55 anos.
- Uso de terapêutica hormonal de substituição após a menopausa.
- Fatores ambientais: tabagismo, aplicação perineal de pó de talco, exposição a amianto
- Uso de fármacos para tratamento da infertilidade (como os estimuladores da ovulação).
- Não ter filhos.
- Obesidade.
As mulheres que procederam à laqueação das trompas de falópio ou que foram sujeitas à remoção cirúrgica do útero (histerectomia) revelam uma menor propensão para o desenvolvimento da doença.
Sintomas
A localização abdominal dos ovários conduz a que os sintomas da doença se revelem mais ao nível abdominal do que pélvico. De forma geral, as queixam são:
- dor ou inchaço abdominal, pélvico, das costas ou pernas
- problemas gastrointestinais como indigestão, diarreia, prisão de ventre
- náuseas, perda de apetite ou enfartamento (devido à presença de líquido em grande quantidade)
- cansaço permanente
- falta de ar (por acumulação de líquido no espaço em volta dos pulmões)
- hemorragias vaginais invulgares, após a menopausa.
Depois de identificada a massa intra-abdominal, normalmente através de ecografia ou TAC pélvico, o médico recorre à biopsia para assim fazer o diagnóstico.
O tratamento padrão atual do cancro do ovário consiste na cirurgia primária de máxima redução tumoral, seguida frequentemente por quimioterapia. Nos casos em que, pelas suas características, a doença é considerada inoperável, é efetuada quimioterapia prévia, seguida de cirurgia de redução tumoral.
A vigilância é a principal arma no combate ao cancro do ovário, uma patologia que é a 7ª causa de morte feminina em todo o mundo.
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