Sensibilizar para mudar atitudes
A LisbonPH - uma associação sem fins lucrativos, constituída e gerida única e exclusivamente por estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa - procura ao longo deste mês, em parceria com a EVITA (Associação de Apoio a Portadores de Alterações nos Genes Relacionados com Cancro Hereditário), informar e sensibilizar a população para o cancro hereditário, patologia esta que, devido à falta de rastreio frequente, parece ser mais rara do que efetivamente é.
A iniciativa baseia-se na divulgação de posts e vídeos informativos, nas redes sociais da LisbonPH e nas plataformas dos media partners, assim como na criação de um separador especializado no website da LisbonPH, repleto de informação pertinente como os dados sobre o cancro hereditário e locais onde é possível efetuar testes de rastreio, por exemplo, procurando responder a qualquer questão que possa surgir sobre a doença.
"Sensibilizar é procurar uma predisposição da população para uma mudança de atitudes. Mudar atitudes requer alertar e educar para a saúde, apresentando assim os meios da mudança que conduzem a ações mais consciencializadas e ao comportamento mais adequado para este tipo de situação", explica a associação.
Em cerca de 10% dos casos, o cancro surge no contexto de uma síndrome de predisposição para cancro familiar. Assim, com o intuito de criar uma sociedade mais informada e consciente, a melhor forma de o combater é estar informado e promover a prevenção e o diagnóstico precoce - de recordar que o cancro hereditário é o tipo de cancro que tem o maior potencial preventivo.
"Uma população mais informada sabe lidar de uma maneira mais adequada com futuros desafios, com uma mentalidade ponderada e racional, sem saltar para falsas conclusões", explicam os representantes da LisbonPH. O objetivo da campanha está bem delineado: "ambicionamos dar as ferramentas fundamentais para que um possível portador de mutação nos genes determinantes de doença oncológica saiba como agir de modo a proteger-se não só a si como também aos seus familiares".
Estou em risco de ter cancro hereditário?
Existem uma série de fatores de risco que sugerem a existência de síndrome de cancro hereditário, como por exemplo:
- cancro em 2 ou mais membros da mesma família
- idade prematura de diagnóstico
- tumores primários múltiplos
- cancros bilaterais, quando o órgão afetado é par ou duplo (por exemplo, a mama)
- presença de vários cancros no mesmo paciente
- constelação de tumores e de outras anormalidades benignas e/ou compatíveis com uma síndrome de cancro específico (por exemplo: mama e ovário)
- transmissão vertical da doença (de uma geração à seguinte – probabilidade de 50% de transmitir a mutação familiar à descendência).
O diagnóstico precoce é imperativo para quem corre o risco de receber esta desagradável herança. Se cumpre com alguns dos critérios mencionados, fale com o seu médico ou entre em contacto com a Associação EVITA ou com a Liga Portuguesa Contra o Cancro.
A campanha de sensibilização disponibiliza, também, um questionário que se destina a possíveis portadores da mutação relacionada com cancro hereditário. Todos os dados serão enviados para a EVITA.
"Questões que surgem, como por exemplo, Serei portador de uma mutação que predispõe para o cancro hereditário?, Terei predisposição para o cancro? ou mesmo o facto de já existirem vários casos de cancro na família, são razões suficientes para procurar ajuda", asseguram os membros da associação.
Tenho Cancro. E depois? é um projeto editorial da SIC Notícias com o apoio da Médis.
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