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Principal causa de morte por cancro
Esta tendência de diminuição tem-se verificado nos últimos anos em relação à generalidade dos cancros. Entre 1991 e 2017 decaiu 29%, observando-se uma queda de 2,2% entre 2016 e 2017, a maior descida anual de mortalidade devido ao cancro já registada, sublinha o relatório.
Uma das explicações para este decréscimo relaciona-se com “o declínio da mortalidade por cancro de pulmão. Este é a principal causa de morte por cancro, originando mais mortes nos EUA do que os cancros da mama, colorretal e próstata”, refere Rebecca Siegel, autora do relatório. Esta diminuição “é realmente importante e reflete os avanços no tratamento do cancro de pulmão, nas técnicas cirúrgicas, na radioterapia”, frisa.
Para William G. Cance, médico chefe da American Cancer Society, “as quedas aceleradas na mortalidade por cancro de pulmão e por melanoma provavelmente são devidas, pelo menos em parte, aos avanços no tratamento do cancro na última década, como a imunoterapia". Na sua perspetiva, “a rapidez com que essa área de pesquisa se está a desenvolver leva a uma verdadeira esperança para os doentes com cancro".
Os dados disponíveis indicam que as taxas de mortalidade por cancro de pulmão caíram 51% (desde 1990) nos homens e 26% (desde 2002) nas mulheres, verificando-se um maior progresso nos últimos anos. Note-se, contudo que, apesar da diminuição, o cancro de pulmão ainda é responsável por cerca de um quarto de todas as mortes por cancro, mais do que as causadas por cancro da mama, da próstata e colorretal juntos
O relatório da American Cancer Society, destaca que a taxa de mortalidade por cancro de mama caiu 40% de 1989 a 2017; por cancro da próstata, 52% de 1993 a 2017 e por cancro colorretal, 53% entre 1980 e 2017 entre os homens e 57% entre 1969 e 2017 entre as mulheres.
Os dados revelam ainda o decréscimo da mortalidade por cancro do fígado e indicam que o cancro do colo do útero, hoje considerado evitável, causou dez mortes prematuras por semana em mulheres com idades entre 20 e 39 anos em 2017.
Segundo os números apresentados neste relatório, desde que as taxas de mortalidade atingiram o seu pico em 1991 – quando foram registadas 215 mortes por 100 mil pessoas em consequência do cancro – o decréscimo tem-se observado todos os anos.
Para Rebecca Siegel, a explicação está numa diminuição do consumo de tabaco devido às campanhas das autoridades de saúde.
Em 2018, os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças anunciaram que a taxa de tabagismo tinha caído para um nível recorde nos EUA (14%, o equivalente a 34,3 milhões de pessoas). Em 1965, 42,4% dos adultos nos EUA fumavam.
As previsões são otimistas, apontando para novas quedas nas taxas de cancro em 2020.
Tenho Cancro. E depois? é um projeto editorial da SIC Notícias com o apoio da Médis.
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