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A enxaqueca consiste numa dor de cabeça moderada ou intensa, sentida como uma dor latejante mais frequentemente num lado do crânio. A dor pode manter-se durante algumas horas, mas são também comuns os casos em que se prolonga até 3 dias.
A que sintomas devemos estar atentos?
Os sintomas são intensos e impedem frequentemente o trabalho ou o estudo. De um modo geral, passam por náuseas, vómitos, intolerância à luz, ao ruído e a alguns cheiros. Alguns tipos de enxaqueca podem apresentar sintomas mais complexos (designados por aura), como perturbações passageiras da visão sob a perda de visão de um dos lados do campo visual, turvação das imagens, perceção de pontos luminosos, de figuras geométricas ou ziguezagues brilhantes, formigueiro, dormência de um lado do rosto ou de uma das mãos.
Como se trata a enxaqueca?
Embora a enxaqueca não tenha cura, ela pode ser controlada. O tratamento sintomático, durante os períodos agudos, passa pelo repouso num local sossegado e escuro. Pode-se aplicar pressão ou frio no local da dor. O tratamento inclui ainda analgésicos, fármacos específicos para a enxaqueca ou anti-inflamatórios para atenuar a dor.
Neurologia
A neurologia é a especialidade que se dedica à prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças do sistema nervoso, onde se inclui o cérebro, a medula, os nervos e os músculos.
Quais as causas e como se previne a enxaqueca?
A enxaqueca é provocada por uma combinação de processos a nível cerebral: excitação/depressão de células, dilatação de artérias e libertação de substâncias químicas. As pessoas com enxaqueca são mais sensíveis a certos estímulos, ambientais ou do seu próprio organismo, que podem desencadear esses processos cerebrais. Pensa-se que há também alguma suscetibilidade genética. O consumo de adoçantes, queijo, salgados e a ingestão de álcool podem estar na origem de crises. O stress, a instabilidade dos padrões de sono, assim como medicamentos como a pílula contracetiva e alguns vasodilatadores são também possíveis causas.
Como prevenção, é importante identificar os fatores precipitantes, sempre que possível. Feita essa identificação, a estratégia passa por evitá-los.
Quando as crises de enxaqueca são muito frequentes ou incapacitantes podem ser usados tratamentos preventivos (por exemplo, antiepiléticos e antidepressivos). Nos casos mais difíceis, a prevenção pode ser feita através de outras abordagens (como toxina botulínica) ou de fármacos específicos para esta função. Estes últimos são fármacos injetáveis, comercializados em Portugal há menos de um ano, e representam um avanço importante no controlo da enxaqueca.
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Especialidade
Neurologia
Neurologista e coordenador da Unidade de Neurologia no Hospital Lusíadas Lisboa
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